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Fórmula 750cc, da criação ao desaparecimento!

Atualizado: 13 de jul. de 2022



A YAMAHA TZ 750 F (1979), a última versão do modelo que marcou esta classe


No período entre os anos 50 e o fim dos anos 60, o evolução dos motociclos de série esteve adormecida, a produção de modelos de grande capacidade foi pontual e não teve grande expressão percentual no mercado.


Em 1969, a HONDA introduziu a icónica CB 750 Four, 4 cilindros, refrigeração por ar, 4T, 68 CV, o impacto deste modelo nas vendas e na imagem de marca foi enorme, isto provocou o aparecimento de outras marcas neste segmento, na altura, exclusivo.


Em 1971, a KAWASAKI com a 750 H2, 3 cilindros, refrigeração por ar, 2T, 74 CV e também a SUZUKI com a GT 750, 3 cilindros, refrigeração liquida, 2T, 67 CV, institucionalizaram as 750cc.


Nesta época a indústria britânica ainda estava ativa e produzia algumas motos de grande capacidade enquanto em Itália se produziam, salvo raras exceções, motociclos equipados com motorizações de pequena cilindrada.


Na competição, ao nível internacional, a FIM institucionalizou as 500cc como a classe rainha da Velocidade, enquanto na Resistência eram permitidos, motores de 750cc, no inicio, e, posteriormente, 1.000cc.


Entretanto, nos EUA já existia o hábito de competir com motos de maior capacidade nas provas de Dirt Track e Short Track.


Em 1971, a AMA (federação de motociclismo americana) passou, finalmente, a integrar a FIM (federação internacional) e, juntamente com a ACU (a federação inglesa) regulamentaram a Fórmula 750.


O regulamento impunha um número mínimo para homologação de 200 unidades, uma pequena quantidade por forma a permitir a adesão das marcas europeias, no sentido de admitir apenas motos derivadas de modelos de série, apesar disso, o regulamento era bastante liberal no que diz respeito à preparação permitida, tanto ao nível de motor como de ciclística e silhueta.


Ao não especificar que as motos autorizadas a participar teriam que derivar de um modelo homologado para andar em estrada, fiando-se apenas na quantidade mínima de homologação como elemento dissuasor, deixou uma brecha que mais tarde a YAMAHA soube utilizar para se impor de forma avassaladora nesta classe.


Curiosamente, também, ao não instituir um limite mínimo de cilindrada, abriu a participação às competição cliente da YAMAHA, as icónicas TZ.


As icónicas superbike japonesas: HONDA CB 750 Four, KAWASAKI 750 H2 e SUZUKI GT 750


O Troféu FIM Fórmula 750cc


1973


Barry Sheene, 1973, aos comandos da SEELEY SUZUKI que ganhou a alcunha de "water buffalo"


Em 1973 disputou-se o primeiro troféu FIM para esta classe, a prova inicialmente prevista para os EUA foi anulada e, assim, a primeira prova foi disputada em Imola. Foram os seguintes os vencedores das provas que pontuaram para o troféu:


  • Imola (Itália) – Jarno Saarinen - YAMAHA 350cc (foi a única prova em que participou por ter falecido pouco tempo depois numa prova do CMV de 250cc em Monza)

  • Paul Ricard (França) – Barry Sheene – SEELEY SUZUKI 750cc

  • Anderstorp (Suécia) – Jack Findlay – SUZUKI 750cc

  • Ahvenisto (Finlândia) – Teuvo Lansivuori – YAMAHA 350cc

  • Mosport (Canadá) – Paul Smart – SUZUKI 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – Stanley Woods – SUZUKI 750cc

  • Jarama (Espanha) – John Dodds – YAMAHA 350cc


Imagens da NORTON que participou na primeira edição do troféu


Mercê da imprecisão regulamentar a YAMAHA TZ 350 foi considerada apta para participar nesta classe e curiosamente ganhou 3 das 6 provas disputadas e, não fora o prematuro e trágico desaparecimento de Jarno Saarinen, a história poderia ser outra, nestas circunstâncias, Barry Sheene aos comandos de uma SUZUKI, derivada da GT 750, com quadro SEELEY, foi o primeiro campeão desta classe, as posições seguintes foram ocupadas respectivamente por John Dodds em YAMAHA TZ 350cc e por Jack Findlay em SUZUKI 750cc.


Entre os construtores, de destacar uma grande variedade de marcas presentes na classificação final – entre as quais, várias europeias -, venceu a SUZUKI, sendo que nas posições seguintes ficaram, respectivamente, a YAMAHA, a TRIUMPH, a HONDA, a DUCATI, a NORTON, a HARLEY DAVIDSON, a KAWASAKI, a YAMSEL (SEELEY com motorização YAMAHA), a MOTO GUZZI e, por fim, a BSA.


1974


John Dodds, aos comandos de uma YAMAHA TZ 350 em 1974


Fazendo uso do “lapso” regulamentar que permitiu a entrada das TZ 350, em 1974 a YAMAHA tentou homologar, nesta classe, a TZ 750 que, na sua versão inicial era de facto uma 700cc que utilizava dois grupos térmicos de TZ 350 num motor de 4 cilindros em linha.


Apesar de, à letra, a moto cumprir os requisitos regulamentares, a FIM entendeu que não correspondia ao espírito da classe e hesitou na hora de a homologar.


Em resultado deste impasse, o troféu desenrolou-se com a polémica instalada e apenas se realizaram 3 das 7 provas inicialmente previstas.


Assim, no segundo ano em que o troféu se disputou, foram os seguintes os vencedores:


  • Jarama (Espanha) – John Dodds – YAMAHA 350cc

  • Hameenlinna (Finlândia) – Pentti Korhonen – YAMAHA 350cc

  • Silverstone (Grã-Bretanha) – Paul Smart – SUZUKI 750cc


O vencedor do troféu foi John Dodds aos comandos de uma YAMAHA TZ 350cc , nas posições seguintes ficaram Patrick Pons também aos comandos de uma TZ 350cc e Jack Findlay numa SUZUKI 750cc, o que deixou claro, se dúvidas houvesse, que algo estava mal nesta classe.


Entretanto disputaram-se provas, extra-troféu, onde a TZ 750cc foi admitida, as performances da moto tornaram clara a necessidade de, contra ventos e marés, a encaixar por forma a popularizar uma classe que estava em agonia.


1975


Jack Findlay, 1975, aos comandos da sua TZ 750


Finalmente, em 1975, a FIM permitiu a homologação da YAMAHA TZ 750 e, simultaneamente, homologou um motor KAWASAKI com o bloco da H2 e refrigeração liquida, aceitando, neste último caso a produção de apenas 25 unidades, a moto com este kit passou a designar-se H3!


KAWASAKI 750


Esta medida deu um novo alento a esta fórmula, o troféu foi disputado em nove eventos com distância mínima de 200 milhas, normalmente, excepto, por razões de tradição, em Daytona, disputadas em duas mangas, uma medida que se justificava pelos problemas de consumo e de durabilidade dos pneus.


O domínio da YAMAHA foi avassalador, na primeira prova, em Daytona, os primeiros 19 classificados tripularam as dominadoras TZ 750.


Os vencedores foram:


  • Daytona (Estados Unidos da América) – Gene Romero – YAMAHA 750cc

  • Imola (Itália) – 1ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Imola (Itália) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Mettet (Bélgica) – 1ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc

  • Mettet (Bélgica) – 2ª M – Dave Potter – YAMAHA 750cc

  • Magny-Cours (França) – 1ª M – Barry Sheene – SUZUKI 750cc

  • Magny-Cours (França) – 2ª M – Barry Sheene – SUZUKI 750cc

  • Anderstorp (Suécia) – 1ª M – Barry Sheene – SUZUKI 750cc

  • Anderstorp (Suécia) – 2ª M – Barry Ditchburn – KAWASAKI 750cc

  • Hameenlinna (Finlândia) – 1ª M – Tapio Virtanen – YAMAHA 750cc

  • Hameenlinna (Finlândia) – 2ª M – Tapio Virtanen – YAMAHA 750cc

  • Silverstone (Grã-Bretanha) – 1ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Silverstone (Grã-Bretanha) – 2ª M – Barry Sheene – SUZUKI 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 1ª M – Yvon Duhamel – KAWASAKI 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 2ª M – Yvon Duhamel – KAWASAKI 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 1ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 2ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc


No final da época, Jack Findlay, aos comandos de uma YAMAHA TZ 750cc, sagrou-se vencedor do Troféu FIM 750cc, sem ter vencido qualquer corrida, provando, ainda assim, que esta era uma competição cliente aos comandos da qual um piloto privado poderia aspirar a vitória!


Nas posições seguintes ficaram, respectivamente Barry Sheene em SUZUKI 750cc e Patrick Pons com outra YAMAHA TZ 750cc.


Entre os construtores, 3 marcas pontuaram, venceu a YAMAHA seguida da SUZUKI e da KAWASAKI.


1976


Apesar de esta classe se estar a tornar popular entre os pilotos, a FIM continuou a tratá-la como parente pobre e a impor critérios mais brandos aos organizadores dos eventos.


Fruto deste relaxe, em 1976, as provas da Finlândia e da Suécia foram canceladas à última hora e a prova da Venezuela teve um erro na contagem de voltas, razão pela qual a FIM entendeu não considerar os resultados da mesma efeito de classificação final do, ainda, troféu.


Em Daytona, a primeira prova, a única corrida disputada apenas numa manga de 200 milhas, a durabilidade dos pneus foi o grande protagonista e apesar do favoritismo de Kenny Roberts, o vencedor foi Johnny Cecotto que optou por uma afinação de motor com uma entrega de potência mais suave, o que lhe permitiu fazer toda a corrida sem ter que mudar de pneus.


Os vencedores desta época foram:


  • Daytona (Estados Unidos da América) – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • San Carlos (Venezuela) – 1ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • San Carlos (Venezuela) – 2ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Imola (Itália) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Imola (Itália) – 2ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Jarama (Espanha) – 1ª M – Michel Rougerie – YAMAHA 750cc

  • Jarama (Espanha) – 2ª M – Michel Rougerie – YAMAHA 750cc

  • Nivelles (Bélgica) – 1ª M – Gary Nixon – KAWASAKI 750cc

  • Nivelles (Bélgica) – 2ª M – Mick Grant – KAWASAKI 750cc

  • Nogaro (França) – 1ª M – Christian Estrosi – YAMAHA 750cc

  • Nogaro (França) – 2ª M – Christian Estrosi – YAMAHA 750cc

  • Silverstone (Grã-Bretanha) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Silverstone (Grã-Bretanha) – 2ª M – Mick Grant – KAWASAKI 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 1ª M – Phil Read – BAKKER YAMAHA 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 2ª M – Giacomo Agostini – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 1ª M – John Newbold – SUZUKI 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 2ª M – Gary Nixon – KAWASAKI 750cc


No final da temporada, Victor Palomo, aos comandos de uma BAKKER YAMAHA 750cc, sagrou-se campeão nesta categoria, apesar de não ter vencido qualquer corrida o espanhol fez da regularidade a sua grande arma, beneficiando também do facto de os pilotos cabeça de cartaz se dedicarem primordialmente ao Campeonato do Mundo em detrimento deste troféu.


Gary Nixon em KAWASAKI 750cc e John Newbold em SUZUKI 750cc, ocuparam as posições seguintes.


Com mais do dobro dos pontos que a segunda marca, a YAMAHA impôs-se entre os construtores, nas posições seguintes ficaram a KAWASAKI, a SUZUKI e, por fim, a DUCATI.


O Campeonato do Mundo de Fórmula 750cc


1977


Steve Baker, 1977, o primeiro Campão do Mundo de 750cc


Finalmente, em 1977, a Formula 750 ganhou o estatuto de Campeonato do Mundo.


Na pré-temporada foram discutidas algumas soluções técnicas no sentido de reduzir as prestações por forma a ajustá-las aos pneus disponíveis, no entanto, ficou tudo na mesma.


Para normalizar a estrutura das corridas, foi imposto aos organizadores de Daytona que, também, essa corrida se disputasse em 2 mangas de 100 milhas cada.


Os vencedores das corridas foram:


  • Daytona (Estados Unidos da América) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Daytona (Estados Unidos da América) – 2ª M – anulada devido a fortes chuvas

  • Imola (Itália) – 1ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Imola (Itália) – 2ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Jarama (Espanha) – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Dijon-Prenois (França) – 1ª M – Christian Estrosi – YAMAHA 750cc

  • Dijon-Prenois (França) – 2ª M – Christian Estrosi – YAMAHA 750cc

  • Brands Hatch (Grã-Bretanha) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Brands Hatch (Grã-Bretanha) – 2ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Salzburgring (Áustria) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Salzburgring (Áustria) – 2ª M – anulada devido a fortes chuvas

  • Zolder (Bélgica) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Zolder (Bélgica) – 2ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 1ª M – Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 2ª M – Marco Lucchinelli – YAMAHA 750cc

  • Laguna Seca (Estados Unidos da América) – 1ª M – Skip Aksland – YAMAHA 750cc

  • Laguna Seca (Estados Unidos da América) – 2ª M - Steve Baker – YAMAHA 750cc

  • Mosport (Canadá) – 1ª M – Gregg Hansford – KAWASAKI 750cc

  • Mosport (Canadá) – 2ª M – Gregg Hansford – KAWASAKI 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 1ª M – Giacomo Agostini – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 2ª M – Giacomo Agostini – YAMAHA 750cc


No final da época, Steve Baker sagrou-se como primeiro Campeão do Mundo desta classe, fruto das suas prestações e, mais uma vez, beneficiando do facto de os pilotos de ponta continuarem a a dar mais importância ao Campeonato do Mundo de Velocidade em detrimento desta fórmula, na verdade só participavam de forma significativa nos dois eventos que eram considerados mais importantes.


Nas segunda e terceira posições ficaram respectivamente Christian Sarron e Giacomo Agostini.


Os três primeiros classificados tripularam, naturalmente, as YAMAHA TZ 750cc!


Entre os construtores a hegemonia do modelo da YAMAHA concedeu o título a esta marca que ao obter 160 pontos suplantou a KAWASAKI com 33 pontos e a SUZUKI com 10 pontos!


Entre os 50 pilotos que pontuaram, 47 tripulavam a YAMAHA TZ 750cc!



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1978


A YAMAHA YZR 750 (OW31), a versão de fábrica com que Johnny Cecotto se sagrou campeão em 1978


Em 1978, apenas a KAWASAKI tentou contrariar a hegemonia da YAMAHA nesta classe, ainda assim, só apareceu na quinta prova.


Ficou também claro que o sistema de pontuação em vigor, não era o ideal ou, tão pouco, o mais justo, a soma das duas mangas dava origem a uma classificação final do evento para efeito de pontos, assim sendo, quando um piloto desistia na 1ª manga, deixava de ter interesse na segunda, com isto o espectáculo ressentia-se e a verdade desportiva era defraudada.


10 eventos compuseram este campeonato e os vencedores foram:


  • Imola (Itália) – 1ª M – Christian Sarron – YAMAHA 750cc

  • Imola (Itália) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Le Castellet (França) – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Brands Hatch (Grã-Bretanha) – 1ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Brands Hatch (Grã-Bretanha) – 2ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Osterreichring/A1-Ring (Áustria) – 1ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Osterreichring/A1-Ring (Áustria) – 2ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Jarama (Espanha) – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 1ª M – Christian Sarron – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 2ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Nivelles (Bélgica) – 1ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Nivelles (Bélgica) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 1ª M – Gregg Hansford – KAWASAKI 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 2ª M – Takazumi Katayama – YAMAHA 750cc

  • Laguna Seca (Estados Unidos da América) – 1ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Laguna Seca (Estados Unidos da América) – 2ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Mosport (Canadá) – 1ª M – Mike Baldwin – YAMAHA 750cc

  • Mosport (Canadá) – 2ª M – Mike Baldwin – YAMAHA 750cc


Desta vez, com mais pilotos de ponta verdadeiramente interessados, Johnny Cecotto foi o campeão por uma curta margem de 2 pontos, á frente de Kenny Roberts, tendo Christian Sarron obtido a terceira posição do campeonato.


A hegemonia da YAMAHA TZ 750cc manteve-se, 43 dos 45 pilotos que pontuaram tripulavam esta moto.


Naturalmente, a YAMAHA (150 pontos) sagrou-se campeã entre os construtores à frente da KAWASAKI (30 pontos).


1979


Patrick Pons em 1979


A coincidência ou proximidade de datas de algumas provas deste campeonato com o Campeonato do Mundo de Velocidade limitou, mais uma vez, a participação de alguns pilotos de ponta.


Esta foi a principal razão porque Johnny Cecotto não conseguiu discutir o título nesta classe.


A interpretação do regulamento técnico continuou muito liberal, a SUZUKI conseguiu homologar a RG 500 com a cilindrada aumentada para 652cc e com a designação de XR23, a KAWASAKI participou alternadamente com a H2 (3 cilindros de refrigeração liquida) em alternância com a KR (4 cilindros).


A FIM, ao ter permitido à KAWASAKI participar com a H2 de refrigeração liquida, baixou significativamente a exigência de quantidade mínima produzida, se, inicialmente a YAMAHA TZ 350cc e posteriormente a 750cc, cumpriam os preceitos regulamentares de 200 unidades produzidas e comercializadas na rede de retalho, a abertura à SUZUKI e à KAWASAKI com uma quantidade muito menor produzida, foi a machadada final no espírito que originou esta classe!


Mais uma vez, 10 eventos compuseram o calendário e os vencedores foram:


  • Mugello (Itália) – 1ª M – Christian Sarron – YAMAHA 750cc

  • Mugello (Itália) – 2ª M – Virginio Ferrari – SUZUKI 500cc

  • Brands Hatch (Grã-Bretanha) – 1ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Brands Hatch (Grã-Bretanha) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Nogaro (França) – 1ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc

  • Nogaro (França) – 2ª M – Gregg Hansford – KAWASAKI 750cc

  • Le Castellet (Suíça) – 1ª M – Michel Frutschi – YAMAHA 750cc

  • Le Castellet (Suíça) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Osterreichring/A1-Ring (Áustria) – 1ª M – Werner Nenning – YAMAHA 750cc

  • Osterreichring/A1-Ring (Áustria) – 2ª M – Werner Nenning – YAMAHA 750cc

  • Mosport (Canadá) – 1ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc

  • Mosport (Canadá) – 2ª M – Michel Frutschi – YAMAHA 750cc

  • Laguna Seca (Estados Unidos da América) – 1ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Laguna Seca (Estados Unidos da América) – 2ª M – Kenny Roberts – YAMAHA 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 1ª M – Boet van Dulmen – YAMAHA 750cc

  • Assen (Países Baixos) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 1ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc

  • Hockenheim (Alemanha) – 2ª M – Patrick Pons – YAMAHA 750cc

  • Rijeka (Jugoslávia) – 1ª M – Michel Frutschi – YAMAHA 750cc

  • Rijeka (Jugoslávia) – 2ª M – Johnny Cecotto – YAMAHA 750cc


No final da época, Patrick Pons alcançou o título na frente de Michel Frutschi e de um frustrado Johnny Cecotto, os três aos comandos de YAMAHA TZ 750cc, que se viu impedido de defender condignamente o título da época anterior em virtude do conflito de interesses entre o Campeonato do Mundo de Velocidade e esta fórmula.


Dos 60 pilotos que pontuaram, 56 fizeram-no aos comandos das YAMAHA.


O GP da Suíça foi disputado em França, devido à proibição, em vigor até hoje, das provas de velocidade nesse país.


SUZUKI XR23

SUZUKI XR23 utilizada por Virginio Ferrari em 1979


Este foi o último ano em que o campeonato se disputou, várias foram as causas que podem ser apontadas para o desaparecimento de uma classe que, apesar de tudo, era espetacular:


  • alguma indefinição regulamentar levou ao aparecimento da YAMAHA TZ 750 OW31, no fundo, a marca tentou o mesmo caminho que tinha traçado nas 250cc e nas 350cc do CMV, ao proporcionar uma competição cliente de grandes prestações e custo reduzido, só que, neste caso, as outras marcas não lhe seguiram as pisadas o que tornou o campeonato pouco interessante do ponto de vista de disputa entre diferentes opções tecnológicas;

  • o facto de a tecnologia de pneus que, na altura, estava disponível não ter sido a mais adequada às prestações das motos;

  • a rapidez em pista ser, frequentemente, inferior à das 500cc, eram pouco os pilotos capazes de tirar todo o sumo desta motorização;

  • a menor visibilidade do campeonato face aos GP;

  • a força da federação inglesa que pretendia impor e um campeonato com motos derivadas de série, a Fórmula TT (Tourist Trophy);

  • uma tendência que se vinha a verificar e que pretendia criar uma classe Superbike que ideologicamente voltasse à génese das 750cc, especificando, desta vez, para além de quantidades maiores necessárias para homologação a necessidade de as motos estarem homologadas para circular na via pública.




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