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1952, Vila Real, "VIII CIRCUITO DE MOTOS - I Internacional"

Atualizado: 17 de jun. de 2022


Partida da corrida de 350cc

Em 1952 realizou-se a VIIIª edição do circuito de motos e correspondendo aos anseios de muitos, a prova desse ano teve, pela primeira vez, um cariz internacional.


O facto de no circuito da Boavista (Porto) se ter disputado, no mês anterior, também pela primeira vez, uma prova de velocidade internacional, facilitou as ambições transmontanas que aproveitando essa circunstância conseguiram inscrever a prova no calendário da Fédération Internationale de Motocyclisme.



Não deixa de ser interessante recordar uma parte do texto do Regulamento Particular da Prova:


VILA REAL

Regulamento

5 de Julho de 1952


“(…)Equipamento dos condutores

Artº 12º - Tanto nos treinos como durante a prova os concorrentes deverão usar obrigatoriamente um capacete de choque de modelo oficialmente aprovado pela F.I.M. pintado nas cores atribuídas à nacionalidade de cada concorrente. (Art.º 104 do anexo F. do Cód. Int.)

- 1º É obrigatório o uso de fato completo e luvas, de couro, tanto nos treinos como na corrida.

- 2º - Os concorrentes portugueses deverão usar um distintivo com o escudo nacional colocado no peito e capacete de choque pintado de branco.

- 3º - Não é permitido o uso de calçado com cardas.(…)

(…)Publicidade

Art. 24º - o concorrente obriga-se, pelo facto da sua inscrição, a não fazer uso dos resultados da corrida, que não sejam os tornados públicos pela decisão do júri.

Durante a prova é formalmente proibido fazer uso de qualquer elemento de propaganda.(…)”



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Estiveram presentes 28 pilotos de várias nacionalidades (França, Gibraltar, Inglaterra, Itália, Suiça e, naturalmente, de Portugal).


Curiosamente os espanhóis, embora inicialmente inscritos, não comparecerem por não terem conseguido chegar a acordo com a organização acerca do valor dos prémios de alinhar!


A prova disputou-se em duas corridas, uma destinada às 350cc e outra às 500cc.


Uma parte significativa dos pilotos correu nas duas classes.


As grelhas de partida foram estabelecidas em função dos melhores tempos alcançados nos treinos cronometrados realizados nos dois dias anteriores às provas.


Nas 350cc, John Grace (NORTON) impôs-se a Américo Lino (AJS) e a Isaac Caetano (BSA) enquanto nas 500cc John Grace (NORTON), mais uma vez o homem de Gibraltar, se impôs a António Pinto (NORTON) e, outra vez em terceiro, a Isaac Caetano (BSA).


Excluindo a superioridade demonstrada por John Grace (NORTON), os pilotos portugueses, fruto do melhor conhecimento do circuito, tiveram um bom resultado de conjunto nos treinos.


Nas 350cc o segundo estrangeiro, Roland Gauch (MOTO GUZZI), surgia em nono e nas 500cc o segundo estrangeiro foi Martino Giani (GILERA) com a oitava posição da grelha de partida.



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Aspecto da partida da corrida de 350cc

Catorze pilotos iniciaram a corrida das 350cc e John Grace (NORTON) ganhou e impôs a sua supremacia de forma clara nunca tendo sido incomodado na liderança.


Isaac Caetano (BSA) foi forçado a desistir, na terceira volta, quando ocupava galhardamente destacado a segunda posição.


Werner Gerber (AJS) ficou em segundo lugar seguido por Américo Lino (AJS) que protagonizou, com sucesso, uma grande luta durante toda a prova com Roland Gauch (MOTO GUZZI) que terminou em quarto.


Na corrida principal, as 500cc, John Grace (NORTON) foi protagonista de um episódio que se tornaria lendário.


Dada a partida, começou a atrasar-se cumprindo a primeira volta num ritmo lento, durante a segunda volta viu-se forçado a parar (no percurso e não nas boxes) para verificar que tinha a roda traseira desapertada.


No local em que parou, com a intenção de abandonar, existia uma oficina, de imediato pediu uma chave e apertou a roda... e continuou, no fim da segunda volta (de 20) passou na meta com um atraso de 2m46s para o comandante Martino Giani (GILERA).


Encetou então uma recuperação fulgurante que acabou com a vitória.


Giani (GILERA) desistiu com avaria à 12ª volta, no entanto ao ritmo que Grace (NORTON), nessa altura se aproximava, já a sua vitória era previsível.


A juntar à vitória criou um novo record absoluto (mais rápido que os automóveis) do circuito com o tempo de 3m45:09s a que corresponde uma média de 115,15 km/h.


O segundo classificado foi, mais uma vez, Gerber (AJS) seguido de António Pinto (NORTON) e Isaac Caetano (BSA).


Nesta corrida aconteceu ainda um despiste digno de menção, em Abambres, de que resultaram ferimentos graves para um agente da GNR e para o piloto José Bastos.


350cc

1º John Grace - Gibraltar - NORTON - média de 108,4200 km/h

2º Werner Gerber - Suiça - AJS

3º Américo Lino - Portugal - AJS

...


500cc

1º John Grace - Gibraltar - NORTON - média de 108,7400 km/h

2º Werner Gerber - Suiça - AJS

3º António Pinto - Portugal - NORTON

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