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VAN VEEN, a armada holandesa

Atualizado: 16 de jun. de 2022



O Campeonato do Mundo de Velocidade na classe 50cc foi criado em 1962 e disputou-se até 1983 (tendo sido substituido, a partir de 1984 pelas 80cc).


Até 1968, tal como nas outras classes, o regulamento técnico era muito liberal e a capacidade financeira da SUZUKI (5 vezes campeã entre os construtores) da HONDA (2 vezes campeã entre os construtores) fazia valer a força bruta.


A partir de 1969 as regras desta classe impuseram que os motores fossem monocilindricos e que as caixas de velocidades não pudessem exceder as 6 relações.



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Esta alteração permitiu às marcas europeias (menos poderosas financeiramente) fazer valer o seu engenho.


A SUZUKI e a HONDA abandonaram a categoria e nos 15 anos subsequentes a KREIDLER foi a grande dominadora.


Este domínio que a marca evidenciou neste período é o resultado do empenho de Henk van Veen (proprietário da empresa VAN VEEN IMPORT NV, importadora/distribuidora da KREIDLER para a Holanda).


Na realidade, em meados da década de '60 a sede parou o esforço nas corridas e a VAN VEEN passou a funcionar como departamento de competição da marca.


Ainda, associada à marca alemã, interviu no sector dos records de velocidade e, curiosamente, na produção de uma dragster e de modelos de Motocross e Enduro.


Portanto, o sucesso desportivo da KREIDLER é indissociável da VAN VEEN:



- 6x Campeões do Mundo Pilotos - Jan de Vries (NL) em 1971 e 1973, Henk van Kessel (NL) em 1974, Angel Nieto (ESP) em 1975, Eugenio Lazzarini (I) em 1979 e Stefan Doerflinger (CH) em 1982;


- 7x Campeã do Mundo de Construtores em 1971, 1972, 1973, 1974, 1975, 1979 e 1980;


- 68x vitória em GP pontuáveis:

- 1962: 4 vitórias;

- 1963: 3 vitórias;

- 1964: 1 vitória;

- 1969: 3 vitórias;

- 1970: 1 vitória;

- 1971: 6 vitórias;

- 1972: 4 vitórias;

- 1973: 6 vitórias;

- 1974: 10 vitórias;

- 1975: 7 vitórias;

- 1976: 4 vitórias;

- 1977: 3 vitórias;

- 1978: 2 vitórias;

- 1979: 6 vitórias;

- 1980: 4 vitórias;

- 1981: 1 vitória;

- 1982: 3 vitórias;


No fim de 1982, a KREIDLER cessou a actividade, os direitos da marca foram vendidos mais do que uma vez e neste momento pertencem à empresa alemã Prophete GmbH u. Co. KG que se serve da marca para re-nomear produtos - ciclomotores e moto 4 - provenientes da Ásia.


A falência da KREIDLER e o conturbado processo de produção do projecto OCR 1000 (Wankel), levaram Henk van Veen a encerrar a actividade no sector moto.


OS TÉCNICOS


Ao longo de todo o processo de anos de desenvolvimento das KREIDLER VAN VEEN, Henk van Veen revelou sempre ser bastante discreto, no entanto é sabido que controlava todos os desenvolvimentos de perto para além de ter o grande mérito de descobrir e contratar grandes talentos na área da Engenharia Mecânica como: Jos Schurgers, Jaap Voskamp, Jorg Moller, Herbert Rittberger e Nico Bakker.



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AS MOTOS

Em 1982, a moto de Dorflinger reclamava uma potência máxima de 23 CV!!


Enquanto a VAN VEEN existiu, inspirou muitas outras criações e, no caso de Eugenio Lazzarini (Campeão do Mundo em 1980), inscreveu uma KREIDLER VAN VEEN como sendo uma IPREM!!



No mundo das 50cc de corrida portuguesas era normal utilizar grupos térmicos da VAN VEEN em blocos doutras marcas tais como ZUNDAPP (Sr. Costa de Guimarães - Motofundador), FLANDRIA (Racing Vicente), etc...


A classe de 80cc que substitui as 50cc no Mundial, teve muitas produções que eram de facto evoluções da KREIDLER VAN VEEN e no caso da bem sucedida ZUNDAPP KRAUSER, de Stefan Dorflinger, pode considerar-se uma evolução normal da última VAN VEEN que o mesmo utilizou em 1982.


Na realidade, nas 50cc, a VAN VEEN foi a grande fornecedora de todos os paddocks nacionais e do Mundial durante muitos anos.


VAN VEEN OCR 1000

No inicio dos anos 70, Henk van Veen iniciou o projecto de uma moto de grande capacidade para ser vendida para uso em estrada.


A OCR 1000 era equipada por um motor Wankel, exibia uma qualidade de construção irrepreensível e prestações de alto nível, reclamava uma potência máxima de 100 CV numa altura em que a referência se situava nos 82 CV da KAWASAKI 900 Z1.


Os problemas com o desenvolvimento da ciclistica, com o consumo do motor (12,5 l/100 km de combustivel e 1 l/800 km de óleo) e finalmente o facto da fábrica a quem a produção dos motores estava sub-contratada ter cessado a actividade, levaram a que produção tenha acabado quase antes de se iniciar (em 1979).


No total foram produzidas, hoje com grande valor de colecção, 34 unidades, algumas entregues a clientes finais muito conhecidos, como Gunther Sachs e Malcolm Forbes.

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